Há dois dias voltei de viagem, talvez uma das mais profundas e impactantes que já tive. Dia 20/12/2014 parti a bordo de um cruzeiro para a Antártica, para cumprir um roteiro clássico que parte de Ushuaia e, ao longo de 9 dias, cruza o Estreito de Drake e chega na Península Antártica, o continente mais austral do planeta. Ainda me é difícil descrever o que se passou nestes últimos dias, só tenho a certeza que algo me inspirou ali, mexeu comigo. Me senti frio, só, solto, livre, pequeno, admirado, emocionado, desesperado. Em um exercício de escrever uma pequena reflexão sobre o que havia passado comigo, navegando pelo Drake de volta para Ushuaia, notei que não fui capaz de resumir a experiência em poucas palavras. Portanto, ao longo dos próximos relatos, estarei sempre recordando algo sobre esta maravilhosa experiência de conhecer a Antártica.
Everybody seems to be talking about Antarctica these days. See more here!
Primeiramente, porque Antártica?
Sabe aquele continente que ouvimos falar nos primeiros anos de geografia, que nos confundimos as vezes dizendo que é onde tem urso polar ou que é um continente completamente formado por gelo?
Bom, é desse mesmo que estamos falando. Nos últimos tempos, descobri que esse continente é acessível turisticamente, por se tratar da única atividade humana possível na Antártica, a excessão de bases cientificas ou militares, localizadas em pontos extremos do continente.
Estamos falando da porção de terra que se encontra ao fim do continente americano, abaixo dos 60° graus de latitude, considerado o continente mais frio, mais seco, com a maior média de altitude e de maior indíce de ventos fortes do planeta.
É aqui que cruzeiros vindos de todo o mundo se dirigem na época do verão antártico, durante o qual a maior parte do gelo marinho formado ao longo do inverno desaparece, dando vida a um cenário épico, grandioso. As rotas são acessíveis somente por meio de barcos potentes e devidamente adequados para enfrentar as condições adversas do continente, como gelos que possam se desprender qualquer momento dos imensos glaciares. Sem contar, é claro, de todo o serviço a bordo, brindado por excelentes profissionais da equipe de hotelaria (compreendendo toda a parte de cozinha, limpeza e atendimento), equipe de máquinas e operação (incluindo aqui aqui o Capitão e todos os envolvidos) e, por fim, a equipe de expedição, que compreende todo o grupo envolvido nas operações de zodiacs (bote de goma utilizados para as descidas do barco), nas atividades de aventura e seminários informativo.
A Península Antártica, onde se concentra a maior atividade turística, abriga o que mais resume este imenso continente: grandiosos cenários de montanhas nevadas e glaciares, icebergs soltos nas calmas águas dos lindos canais que formam esta região e a intensa atividade de uma fauna pulsante e selvagem, composta por baleias, orcas, focas e, claramente, pelos simpáticos pinguins, em seu estado mais puro de habitat natural. Se trata de uma união equilibrada, um conjunto de beleza e encantamento, difícil de compreender se não dermos sua devida importância e grandiosidade.
Ao longo das próximas semanas estarei postando e escrevendo mais sobre o assunto. Por enquanto, deixo algumas fotos que ilustram essa imensa experiência e a gratitude de ter tido esse momento em minha vida.
As fotos foram feitas pelo próprio owner deste blog, Felipe Arruda, a bordo do barco Ocean Nova, da empresa Antarctica XXI, ao longo dos dias 20 a 29 de Novembro 2014.
Ushuaia, 30/11/2014 .:. Coming back from Antarctica