Trilha “W” no Torres del Paine | DIA 3

DIA 3 (02/02/2015)

Camping “Paine Grande”

Já estamos próximos ao fim de nossa viagem. Estou agora em minha última noite no Torres Del Paine, acampado no “Paine Grande”, o único camping pago em que me alojei nestes dias ($ 5.200 pesos chilenos). Por sorte, as condições e oportunidade me trouxeram dias lindos, com sol e pouco vento, totalmente o contrario do que normalmente se escuta falar do parque. Em frente deste camping, encontramos o Lago Pehué, um dos mais lindos da regiao. Aqui também é possível notar uma coloração típica de lagos produzidos por glaciares, tão presentes nesta zona.

O dia foi muito bom e produtivo: logo cedo pela manha, por volta das 8h, saímos do Acampamento Italiano e, sem o peso de nossas mochilas, chegamos ao Mirador Britanico, no Valle Del Frances. Muito bom caminhar sem muito peso nas costas, realmente um alívio para nós que já tínhamos 2 dias de intensa caminhada. Nesse caso, nos esperava uma caminhada de aproximadamente 5 horas (3h de ida e 2h de volta), passando pelo já citado Vale Do Frances até chegar e um mirante, no meio das montanhas. A paisagem aqui se transforma rapidamente, passando por rios, bosques e zonas pedregosas, até chegar ao nosso destino. Do nosso lado direito, nos acompanham os grandiosos “Cuernos” e, do lado esquerdo, o “Glaciar Del Frances”. A vista, não só das montanhas e do glaciar, mas também para todo o vale que percorremos, com seus inúmeros lagos, é fantástica. Algumas fotos podem até tentar mostrar um pouco desta beleza, mas de fato nada se compara em estar ali, sentindo o vento no rosto, admirando os imensos contornos da paisagem. Esse foi um dos dias que mais me encantaram, não só por ter sido um dia menos intenso, mas também pela diversidade e beleza da paisagem que encontramos.

Ao retornar para o acampamento Italiano, onde havíamos dormido uma noite anterior e onde deixamos nossas mochilas na entrada, preparamos um belo almoço pra aproveitar com macarraos e um frutos de mar enlatados que eu trazia. Por volta das 16h, seguimos nosso rumo cruzando o rio em frente ao acampamento para, aproximadamente 2h30 depois, chegar ao nosso destino.

Esta caminhada, entre o Italiano e o Acampamento Paine Grande é considerada fácil. Claro que caminhar com o peso das mochilas por quase 3 horas não é uma tarefa tão conveniente, mas realmente seguir sem muitas subidas ou descidas, por uma zona iluminada por um lindo atardecer e um vento agradável foi bem prazeroso.

Chegando ao Acampamento, sentimos rapidamente o que mais nos incomodou em nossa noite aqui: o vento. Impressionante, até para montar as barracas foi complicado. Uma família de israelenses que havia passado a noite anterior ali, nos contaram que foi bem complicado, muitos sequer conseguem dormir a noite. Minha barraca, montada aos trancos e barrancos, acabou resistindo a essa noite, já que também não ventou tanto como as noites anteriores. Jantamos e descansamos bastante neste acampamento que é ponto de partida para muitos que fazem a Trilha “W”, por isso vimos muitos jovens e recém chegados aparentemente “sem respeito” ao lugar, falando alto, ocupando a cozinha e gastando água desnecessariamente. Digo isso pois algo ali me incomodou, já que vinha seguindo com uma certa paz interior que ali não encontrou harmonia. Porém faz parte e aproveitei o possível deste lugar.

Além disso, para finalizar a caminhada, tive a sorte de presenciar uma linda lua cheia em um espetáculo de beleza e poesia. Me emocionei e fui dormir tranquilo, certo de estar fazendo o que eu deveria estar fazendo, no lugar e no momento certos. Nosso próximo dia, o quarto e último, teria como destino final o Glaciar Grey, que alcançaríamos bordeando o lago leva o mesmo nome do glaciar. Deixaremos nossas mochilas no camping e, ao retornar do glaciar, tomaremos um cataram que nos levará a uma das 3 entradas do Parque, “Pudeto”. Aqui tomarei o onibus de volta para Puerto Natales.